" Realinhando as órbitas dos planetas, ou talvez tentando realinhar as órbitas de meus pensamentos... "

domingo, 24 de julho de 2011

Para Sempre...

Quem não pode suportar a dor da separação, não está preparado para o amor. Porque o amor é algo que não se tem nunca. É evento de graça. Aparece quando quer, e só nos resta ficar à espera. E quando ele volta,a alegria volta com ele. E sentimos então que valeu a pena suportar a dor da ausência, pela alegria do reencontro.  
(Rubem Alves)





 Inverno. Frio. Vento. Solidão. Mais um dia se passa e Eduarda ali, jogada em sua cama, ouvindo canções que a faziam lembrar dele. Canções estas, que não sabia se fazia bem ou não. Uma estranha sensação nostalgica, e ao mesmo tempo doída. Há dias que o lado esquerdo da cama se tornara gélido, e que sua casa involuntariamente se fez fazia. Não queria sair, ver o sol, as pessoas. Se trancara ali, e ali sentia sossego. Sossego para sofrer. Tranquilidade para chorar. 
O telefone toca. Ela nem se levanta. Não quer saber quem é, e o motivo da ligação.
Por instantes fecha seus olhos e sente alguém deitando ao seu lado na cama. Sente seus cabelos sendo tocados de uma forma familiar. Era ele!
- Por que você me deix.. - ela pergunta, seu rosto cheio de lagrimas e voz tremula.
- Xiiiiii - ele interrompeu encostando seu indicador nos labios dela - não abandonei você amor. Esta tudo bem, estou aqui, jamais vou te deixar. Um menino e uma menina, lembra? Uma casa na beira da praia, andar pelas pedras aos domingos, ouvir o cd com nossas músicas favoritas antes de dormir.. eu disse para sempre, lembra disso?
Eduarda sente uma dor no coração, uma vontade de que aquele dialogo fosse verdade, mas sabe que é fruto de sua imaginação. Os planos que haviam feito jamais acontecerão. Ela não sabe lidar com a perda, com a separação. Como assim? Por que? Por que as coisas acabam? São tantas perguntas que ela se perde nas inúmeras respostas que não encontra. Não se conforma. Ele se foi. Por que se foi? Queria mais tempo com ele, de senti-lo mais uma vez, abraçá-lo, ouvir sua voz, rir das palavras bobas que ele dizia quando ela estava brava. Mas não!
A continuação dessa história só poderia acontecer em sua mente, na sua lembrança..
E tudo ficou incompleto, não terminado, inacabado.
No ano seguinte, adotou duas crianças. Um menino e uma menina. Comprou uma casa na praia. Fez milhares de cópias do cd e ouvia todas as noites, e aos domingos, passeava sozinha nas pedras, que ficavam na beira do mar, ao som das ondas e imaginando como seria se ele estivesse ali com ela.
E toda vez que o vento tocava e fechava seus olhos, sabia que ele estava por perto. Prometeu amar ele para sempre. Vivia baseando-se nisso. Acreditava que de alguma forma, mesmo que ela não pudesse ver, ele também estava cumprindo a promessa, ela sabia. Pois todas as noites, quando dormia, não mais sentia a cama vazia e fria. Ela arrumava a cama, apertava o play no radio, fechava os olhos e sentia a presença dele, esquentando o outro lado da cama.
Na calmaria do silencio daquela noite dormiu serenamente, ao som das canções favoritas deles. Mas antes sorriu e disse:

"Obrigada por não me deixar, meu amor" 







Com um tempo, tudo se ajeita ;) Passe bem!

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